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Papo de Especialista

Empreendedorismo e a importância de agregar valor ao cliente

Confira a estréia do empreendedor Homero Souza no Papo de Especialista do Portal da Cidade.

Publicado em 09/10/2023 às 17:36
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Empreendedorismo e a importância de agregar valor ao cliente - Por Homero Souza (Foto: Arquivo Pessoal)

Falar de empreendedorismo não é uma coisa muito simples. Em um país com tanta dificuldade e com tantos “senões”, muitos empreendedores mergulham nesse oceano mais por necessidade que propriamente por achar que essa é a sua maneira de viver. A necessidade é a grande impulsionadora de evoluções.

Durante muito tempo em minha carreira eu trabalhei em corporações. Times e mais times, cada um com seu objetivo, sentados em salas buscando equilibrar egos e ganâncias, num jogo que, sinceramente, nunca me agradou muito. Eu sempre fui uma pessoa que buscou equilibrar o acreditar na boa fé das pessoas com ferramentas técnicas que permitissem alcançar objetivos em comum. Mais de uma vez cheguei ao final de projetos com a sensação de que não tinham me valorizado como eu merecia.

Em 2015 eu estava saindo de um projeto grande de uma empresa que estava se estabelecendo no Brasil e vi que, qualquer caminho que eu seguisse dentro daquele modelo, dali para frente, teria o mesmo perfil: muitas pessoas com muitos objetivos, poucas oportunidades e a sensação não muito agradável de sala escura e o som de canivetes cortando o ar. A questão nunca foi a competitividade, mas para mim, o panorama ético em que as competições se davam. Não, eu não estou dizendo que é tóxico ou ruim, mas eram para mim, para o meu perfil, e eu precisava achar o meu caminho.

A SNBC nasceu justamente por essa minha ideia de fazer diferente o meu cotidiano. Cheio de energia, busquei parceiros no exterior que pudessem trabalhar em conjunto comigo para desbravar novos caminhos. Identificados, avaliei o mercado e fui para cima dele com a sede de um menino que vê seus projetos com possibilidade de frutificarem. Um ano depois eu percebi que nada, absolutamente nada frutificou e que eu era um retumbante fracasso. A mão amiga da Carmen, minha esposa, me suportou e consegui não afundar (ok, algumas vezes a água bateu no nariz, mas prendi a respiração e consegui manter os sinais vitais). Nesse momento eu parei e me perguntei onde errei e, o que depois fui descobrir era um momento comum a todos os empreendedores, vi que eu sabia do produto e dos clientes, mas não sabia absolutamente nada como transformar a minha oferta em um valor para o cliente, e compreender isso mudou drasticamente os resultados da minha empresa.

Quando a necessidade nos empurra para o empreendedorismo acabamos tendo que trocar o pneu do carro com ele em movimento e, por mais que sejamos hábeis, sempre alguma coisa vai ficar para trás. E, geralmente, o que fica para trás é o planejamento e a estratégia que leve a nossa oferta a atender a demanda do cliente. Por mais óbvio que possa parecer, o cliente não está preocupado somente em resolver o seu problema, ele quer que aquele problema seja resolvido e que ele se sinta confortável com a solução, e que se sinta confiante de que está indo tudo na direção correta. É muito bom reservar um carro numa locadora num aeroporto, encontrar ele limpinho e pronto para usarmos. Mas encontrar algumas balinhas com um cartãozinho falando que é um orgulho ter você como cliente, ah, isso encanta.

E, especialmente agora, quando passamos por uma pandemia em que meio que desaprendemos a viver em sociedade, e que o comércio virtual ganhou uma proporção gigantesca, essa questão de adicionar valor virou uma questão de sobrevivência. O comércio está passando por uma transformação em que precisa achar caminhos para mostrar que há valor também no atendimento humanizado. Sempre que tenho oportunidade, falo que o importante em valorizar o comércio local é que estamos valorizando a nós mesmos. Aquela menina que te sorri com um produto na mão é filha de seu amigo que, outro dia desses, estava jogando bola contigo na quadra da escola, sem imaginar para onde as suas histórias os levariam. Ao final, em cidades como a nossa, somos todos uma família que se encontra nas ruas. O comércio local é uma força e o empreendedor é alguém que viabiliza que pessoas conquistem seus sonhos, seus desejos, e conduzam as suas vidas.

Agregar valor aos clientes não é coisa fácil. Livrarias têm estantes e estantes de livros explicando como fazer isso, mágicas ferramentas infalíveis que precisam ser implementadas... Não serei leviano de dizer que são bobagens pois não são, mas a verdade é que somente é possível agregar valor ao cliente se a ele, e somente a ele, for ofertado o que ele dá valor.

Assim, por mais que se tente criar planilhas para gerenciar ferramentas mirabolantes, somente é possível desenhar conhecendo-se profundamente os seus clientes, seus desejos e necessidades expressas e ocultas e como o produto é capaz de ser valioso para ele. Tem pessoas que gostam do carro pelo design, pessoas que acham importante um som potente, e outras que decidem pelo consumo. A cada um deles você precisa falar do que lhes é fundamental, e fazer isso mostra para a pessoa que ela importa, que você a conhece e que aquilo é exatamente o que ela procura.

E o comércio de Casa Branca me ensinou muito sobre isso. O cuidado que muitos têm com as pessoas é encantador. Seja o Chico me chamando de garoto logo às 7 da manhã em sua padaria, a cordialidade dos filhos do Dominguinhos quando vou com a família nA Massa, o Abilinho que sabe exatamente qual o queijo que meu sogro gosta, ou a Bruna da Ropa Nova que sabe qual a camisa eu devo comprar de presente para a Carmen. Essa sensação de que eu e todos ao meu redor são importantes é que me encantam e me fazem gostar de voltar ali. E, o mais importante, nenhum deles faz isso por querer ter mais, mas porque amam o que fazem e se preocupam e deixar todos felizes.

Essa foi a lição que me fez rever a SNBC e fazer o mesmo pelos meus clientes. Eu aprendi que preciso enxergar o que cada um dos meus clientes precisam e proporcionar a eles produtos que lhes criem experiências únicas. Quando nos dedicamos a tornar a vida do cliente melhor, fazemos com que o investimento que ele faz tenha sentido e valha a pena. Conseguir criar produtos e serviços adequados a cada um dos clientes não é fácil, mas é possível e tem resultados espetaculares. Não é preciso começar com todos os clientes, mas passo a passo, cliente a cliente, buscar o melhor para ele e encantá-lo.

Homero Souza/Empreendedor

Encante seu cliente

Empreender, como diz o dicionário, é realizar. E para realizarmos continuamente, é preciso que sejamos continuamente necessários, e isso só ocorre quando o cliente se encanta e retorna.

Homero Souza/Empreendedor

Existem diversas palestras sobre o assunto, e vale a pena aprender sobre isso. Hoje a SNBC está se firmando dia a dia, e o valor ao cliente tem feito muita diferença. Siga esse caminho, com certeza perceberá que o mercado eletrônico é muito importante, mas o contato pessoal é fundamental para nosso bem-estar e para podemos equilibrar essa balança.


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