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Diretor explica situação da Santa Casa e motivo da desistência de terceirização

Dívidas da entidade estão em torno de R$ 20 milhões.

Publicado em 03/05/2024 às 16:15
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Diretor explica situação da Santa Casa e motivo da desistência de terceirização

Após a desistência de uma empresa em gerir a Santa Casa, o diretor-presidente da entidade explicou detalhes sobre o caso e divulgou a situação financeira do hospital de Casa Branca. Ricardo Filippine concedeu entrevista ao jornalista Weslen Maximo, na Rádio Difusora, nesta sexta-feira (3).

Segundo ele, o principal motivo da desistência da empresa é por causa das dívidas da entidade que atualmente estão em torno de R$ 17 a R$ 20 milhões. Por conta delas, também não tem crédito para compras. 

Conforme divulgamos em nota, nós estaríamos conversando com essa empresa pra que ela fizesse uma análise de toda a situação existente na Santa Casa e após o término, seria apresentado um diagnóstico onde nós teríamos o parecer deles com referência a aceitação ou não da condição da Santa Casa de Casa Branca”, disse. Ainda sobre o assunto, Ricardo completou: “conforme combinado no dia 10 de abril, pra que eles pudessem fazer todo esse processo, seria necessário uma garantia tanto pra eles como pra própria Santa Casa de tudo isso ser confidencial em termos de divulgação de números pra que houvesse profissionalismo nisso. Depois de análises de vários aspectos, como aspecto do prédio, centro cirúrgico, atendimento, eles resolveram por bem e principalmente pelo valor das dívidas da Santa Casa, desistir e me entregaram imediatamente o distrato”.

Segundo Filippine, as principais dívidas da Santa Casa são com ações trabalhistas, Agência Nacional da Saúde, CPFL, impostos e fornecedores. 

“A gente tem vários processos judiciais onde todas as contas da Santa Casa são bloqueadas semanalmente e com isso gera vários problemas pra Santa Casa. O principal deles é que nós temos convênios com Iamspe, Unimed e outras empresas que elas efetivam o pagamento aos serviços prestados referentes ao mês anterior ou de dois meses atrás e elas não nos avisam a data que é efetivado o pagamento. E isso tá gerando problema todos os meses no sentido de ter bloqueio judicial. Semana passada tivemos bloqueios de R$ 68 mil do pagamento do Iamspe em função de dívidas passadas judiciais. Isso atrapalha todo o fluxo financeiro da Santa Casa”, destacou.

Ainda de acordo com o diretor-presidente, desde 2019 as contas do dia a dia estão sendo pagas com regularidade, como água, energia e impostos. Mesmo com os repasses mensais de R$ 1,7 milhão da secretaria municipal de saúde, a entidade não consegue investir ou pagar as contas do passado que se arrastam desde 2003. 

O administrador acha a terceirização uma alternativa positiva, mas acredita que será difícil uma empresa aceitar por causa das dívidas. “Em termos de profissionalização, se você pega uma empresa com conhecimento de mercado, tá no mercado há 40 anos, tem todos os profissionais que vivem o dia a dia de uma conduta melhor, por que não? Acho que se faz necessário você tentar trazer melhoras no sentido de atendimento, melhorar a condição”, revelou. 

Vamos ter que continuar administrando da melhor forma possível, buscando novas alternativas, melhorando a parte de aumento de cirurgias que isso traz recurso pra Santa Casa, buscando recursos junto aos governos estadual e federal, tentando ajuda dos vereadores no sentido de buscarem essas verbas”, finalizou Ricardo Filipinne.

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